Apresentações com entrada franca acontecem na Escola Dom Orione e no Teatro SESIMINAS; grupo comemora 17 anos de fundação propondo a inserção social e o resgate de cidadania do cidadão com sofrimento psíquico

O grupo musical Trem Tan Tan segue com a sua agenda comemorativa pelos seus 17 anos de fundação, trazendo sambas reflexivos, românticos, rock e funk que fazem denúncias sociais dos preconceitos vividos pelo cidadão com sofrimento mental. A banda fará duas apresentações nesta semana em BH: 12 de junho, quarta-feira, às 19h30, na Escola Dom Orione (Av. Expedicionário Belém de Lima, 500 – Ouro Preto, Belo Horizonte) e no dia 13 de junho, quinta-feira, às 19h, no Teatro SESIMINAS (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia). O show é viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte por meio do projeto Estação Cidadania.

Nascido nas oficinas dos Centros de Convivência Venda Nova e Providência, Dispositivos da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte, o Trem Tan Tan propõe a inserção social e o resgate de cidadania do cidadão com sofrimento psíquico. Além disso, o tratamento em liberdade em uma rede de serviços substitutivos ao manicômio. Este ano, diante ao atual quadro político que marca o retrocesso no campo do direito e do tratamento que coloca em foco a possibilidade do eletrochoque e o retorno das internações em hospitais psiquiátricos, o grupo Trem Tan Tan reafirma a sua bandeira de luta e criação em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) para todos. Além disso, pela reforma psiquiátrica antimanicomial.

Mostrando sua preocupação, as apresentações do Trem Tan Tan nos Centros Culturais serão uma síntese dos últimos trabalhos exibidos trazendo no repertório sambas reflexivos, românticos e outros que fazem denúncias sociais dos preconceitos vividos pelo cidadão com sofrimento mental, através de funk e samba rock. Ou seja, numa mistura eletrizante fundamentada por uma percussão eloquente de ritmos brasileiros. O show não é de samba tradicional, mas passeia por ritmos que dialogam com o samba como o rap, hip hop, soul, além do samba de batuque.

Já as letras das músicas que foram criadas pelos cidadãos com sofrimento mental, mostram uma poética lúdica, como, exemplo, a degustativa “Melô do Mandiocão”, de Rogéria Pereira, que discorre sobre uma receita de vaca atolada. Já Carlos Ferreira canta a sua indignação dos preconceitos associados aos loucos em “Que Louco, Que Nada”, além do poema musicado do poeta Cândido Kamayurá extraído do livro Poemanícos: “Os meus remédios têm dupla personalidade”, na voz marcante de Marcos Evandro, sem esquecer do trompete de Mauro Camilo associado à sua excepcionalidade simpatia e comunicação com a plateia.

História

Desde o início, o grupo tem a coordenação do músico, poeta e arte-educador Babilak Bah, que já gravou dois CD´S: Trem Tan Tan (2002), e o Sambabilolado (2008). Além desses trabalhos, o DVD Sambabilolado e Outros Tan Tan (2015), fora suas participações em importantes eventos na cidade e outros estados, acumulando em sua trajetória, um conjunto de premiações. O coletivo Trem Tan Tan é pioneiro, sendo o primeiro grupo vinculado à saúde mental em BH a ter um registro fonográfico e a realizar um show em teatro. Viva a reforma psiquiátrica, viva um SUS Para Todos, a democracia e a liberdade ainda que tan tan.

Ficha técnica:

Diretor artístico: Babilak Bah

Músicos acompanhantes:

Babilak Bah – percussão e direção artística

Rogerio Pagé- cavaquinho e voz

Almin de Oliveira – percussão

Integrantes:

Mauro Camilo – Trompete e voz

Carlos Ferreira –Surdo, voz

Marcos Alexandre – Bateria

Marcos Evandro – voz e percussão

Rogéria Pereira– voz

Olavo Rita – voz

Produção: Zenpreto produções

Apoio: Secretaria Municipal de Saúde de BH – SUS BH – Centro de Convivência Venda Nova -SMSA -SUS BH


comentários